C a p í t u l o 4
Três dias depois das palmadas do Coronel, Chiquinha ainda estava dolorida. Em seu escritório, ela escrevia uma carta a Herr Frederick von Behring-Karlstein, conhecido filólogo, historiador e filósofo alemão, e estava sentada numa almofada, em cima de um banquinho. Na primeira noite depois da surra, ela tinha precisado dormir de bruços, e no dia seguinte não conseguia sentar. Agora, ela já sentava, mas ainda precisava de uma almofadinha para proteger seu bumbum.
A carta, que Chiquinha escrevia em alemão, pois Herr von Behring-Karlstein não sabia português, era sobre a tese do filólogo alemão, sobre a influência dos dialetos alemães, e da maneira com que os camponeses alemães formavam palavras, nas tendências metafísicas da filosofia alemã. A maneira de raciocinar dos metafísicos alemães, segundo Behring-Karlstein, se assemelhava à maneira dos camponeses alemães de formar palavras novas, em seus dialetos, quando sentiam necessidade disso.
Chiquinha se interessara pelos estudos de Behring-Karlstein e, desde que tinha aprendido, como autodidata, a ler e escrever em alemão, costumava trocar cartas com o filólogo.
Behring-Karlstein louvava a inteligência e a cultura de Chiquinha, notáveis numa donzela que vivia no interior do Brasil, e Chiquinha, enquanto escrevia a carta, pensava: “O que esses doutores das universidades europeias (porque Behring-Karlstein não era o único sábio estrangeiro com quem Chiquinha trocava cartas) achariam se soubessem que anteontem eu apanhei no bumbum? O que eles achariam se soubessem que eu, a sábia donzela, cheia de cultura e talento, que eles tanto admiram, que sabe tantas línguas e lê tantos livros, aqui na fazenda do Coronel Ferro Durão ainda apanho no bumbum, com vinte e sete anos?”
Chiquinha seria capaz de se matar de vergonha, se eles descobrissem, mas esse pensamento provocava um arrepio intenso e gostoso por todo o seu corpo. “O que eles pensariam disso?” A ideia excitava Chiquinha. “O que eles, herr von Behring-Karlstein e os outros, diriam se soubessem que estou escrevendo para eles sentada numa almofada porque apanhei no bumbum? Será que eles se divertiriam me imaginando deitada de bruços no colo do Coronel Ferro Durão, com a saia levantada, as calçolas arriadas e o bumbum de fora, levando palmadas, como se eu fosse uma menininha sapeca e indisciplinada? Será que eles ficariam chocados, horrorizados, revoltados, indignados, excitados, achariam engraçado, ficariam envergonhados? Ou tudo isso junto?”
Bem, Chiquinha nunca descobriria. Há limites para a humilhação, mesmo quando a humilhação é excitante, e Chiquinha nunca contaria isso a qualquer um deles.
Além disso, Chiquinha tinha outros problemas. Ela precisava falar com a Julinha.
Ela terminou de escrever a carta, que tinha algumas informações interessantes sobre a influência das línguas indígenas nos dialetos caipiras do interior do Brasil. Ela tinha levado uma hora procurando no dicionário termos alemães equivalentes aos termos do português falado no Brasil, e durante toda essa meia hora o Chiquinha sentira seu bumbum ardidinho, uma ardência gostosa, sim, mas, ainda assim, ardência, embora estivesse bem menos dolorido que nas horas imediatamente posteriores às palmadas.
Quando Chiquinha terminou de escrever, ela se levantou. Não pode deixar de imaginar herr von Behring-Karlstein na frente dela, com a mão na boca, como uma donzelinha chocada, tendo acabado de descobrir que Chiquinha ainda levava palmadas, do alto de seus vinte e sete anos, e com tanta cultura e inteligência, mais do que a maioria dos acadêmicos europeus. Chiquinha corou um pouquinho, esfregou um pouco o bumbum, por cima da saia (claro que ela estava vestida), e deu um sorrisinho envergonhado e sentiu seu cabaço de solteirona se umedecer um pouco.
“Agora, vamos à Julinha!”, pensou Chiquinha, que chamou a escrava que lhe servia de empregada.
- Julinha!
- Já vou, dona Chiquinha!
E Julinha veio meio minuto depois. Julinha era uma mulata um pouco menor que dona Chiquinha, da idade de Mariana. O pai de Julinha era um negro forte, alto e bonito, escravo da confiança absoluta do pai do Coronel Ferro Durão, que o tinha nomeado feitor de sua fazenda, função que o pai da Julinha ainda exercia. A mãe de Julinha era uma mulata, bonita também. Diziam que era filha natural do pai do Coronel com uma escrava. A mãe da Julinha crescera mimada e se achando privilegiada entre os escravos. Quando o pai do Coronel mandou ela se casar com o feitor da fazenda, a mãe de Julinha, reclamou, protestou, disse que era boa demais para casar com um negro, mas o pai do Coronel deitou a donzela de bruços em seu colo, levantou sua saia, baixou suas calçolas, e aí, já sabem, né? Encheu seu belo e grande bumbum de mulata de palmadas. E bateu bem forte. A mãe da Julinha costumava apanhar muito mesmo, era uma mulata muito malcriada e as palmadas sempre foram o método de disciplina mais usado para mulheres na fazenda da família Ferro Durão, desde os tempos do avô do bisavô do Coronel. Mas o que deixou a mãe de Julinha particularmente envergonhada foi ter apanhado no bumbum pelado na frente de seu futuro marido, o feitor.
E o pai do Coronel Ferro Durão bateu forte e muito no bumbum de sua filha natural:
PLAFT! PLAFT! PLAFT! PLAFT!
E a mãe da Julinha chorou, reclamou, protestou, esperneou… as palmadas doíam muito, mas a mãe da Julinha chorava mais de raiva e de vergonha, por ter o bumbum pelado na frente do feitor negro, e ainda por cima apanhando.
De vez em quando, o pai do Coronel perguntava para a mãe da Julinha:
- Agora você vai obedecer e se casar com o feitor?
- NÃO! - respondia, desafiadoramente, a mãe da Julinha.
- Muito bem, você que sabe. - dizia o pai do Coronel.
E as palmadas recomeçavam:
PLAFT! PLAFT! PLAFT! PLAFT!
O bumbum da mãe da Julinha já estava bem escuro, um vermelho que era quase negro, sem dúvida porque seu bumbum era marrom claro, como são os bumbuns das mulatas, não branco, como os das mulheres da família do Coronel, que ficavam de uma cor vermelha e brilhante. Nas mulheres brancas, o bumbum fica bem vermelho, cor de sangue, com as palmadas. Nas negras, o bumbum fica mais preto, escurecendo ainda mais a pele. Com as mulatas, o bumbum fica vermelho, mas é um vermelho escuro, quase roxo, primeiro, e bem negro, no final, quando apanhavam muito. E era o caso do bumbum da mãe da Julinha, que, teimosa como mais tarde seria Mariana, continuava apanhando, na frente do feitor, que estava meio constrangido, mas, mesmo assim, achava bom ver a donzela mulata apanhando porque desprezava seu futuro marido negro.
PLAFT! PLAFT! PLAFT! PLAFT!
Afinal, a mãe da Julinha disse, entre lágrimas e gemidos:
- Tá bom, eu caso… por favor, não precisa mais me bater no bumbum, senhor meu pai, eu caso com o feitor! Buaaaaaá… ahaaaa… ahaaaaa…
O pai do Coronel então parou com as palmadas, recompôs sua filha natural, e disse ao feitor:
- Não se preocupe, ela é teimosa mas é uma boa donzela. Será uma boa esposa. E se não for, bem, você já sabe o que fazer quando ela se comportar mal.
- Sim, senhor Coronel, eu acho que saberei como tratá-la. - disse o feitor. E depois, para a mãe da Julinha, que ainda chorava e sentia o bumbum latejando, o feitor disse: - Você não precisa se preocupar, senhorita. Você não apanhará sem motivo e sem merecer. Eu saberei ser justo e tentarei ser um bom marido. Se você também tentar, de coração, ser uma boa esposa, não apanhará muito no bumbum.
O feitor até que foi um bom marido. Pra começar, ele cumpriu sua promessa. A mãe de Julinha, que era teimosa e desobedecia muito ao feitor, frequentemente apanhava no bumbum. Mas as surras sempre eram justas, ela era a primeira a reconhecer que merecia muitas palmadas, e até mais do que o marido lhe dava. E todos os que conheciam o casal concordavam com isso: pelo que a esposa do feitor aprontava, pelo tanto que ela sabia ser desagradável e muito irritante quando queria, pela mania besta de mulata de se achar superior ao marido negro, até que ela apanhava pouco. A mãe da Julinha, mulata bonita, se achava merecedora de um homem livre e até de um branco proprietário de muitas terras, como era o pai dela. Mesmo assim, ela acabou por amar o marido que lhe tinham imposto porque, primeiro, o feitor não era um branco rico, mas era o homem que mandava na fazenda, o que lhe dava prestígio, e, segundo, depois de ter aceitado os carinhos de seu marido e principalmente depois de ter perdido a virgindade na lua de mel, ela passou a gostar cada vez mais de transar com o marido, que sabia como lhe dar prazer. Ela era uma mulher difícil, mas também era muito amorosa. De fato, ela e o marido sempre transavam depois das palmadas, e o sexo depois de uma boa surra no bumbum era maravilhoso para a mãe da Julinha. O feitor não era apenas um negro alto, forte e bonito, ele era um administrador respeitado e competente, e era muito bom de cama, também.
Com o tempo, vieram os filhos. Alguns eram negros como o pai, outros eram mulatos como a mãe, e outros, ainda, eram mulatos escuros, uma cor marrom indefinida, entre as cores do pai e da mãe. A Julinha era mulata como a mãe, e também tinha um temperamento parecido com o da mãe: ela se achava melhor e mais esperta que seus irmãos, só porque tinha a pele mais clara.
Às vezes, o feitor dava umas palmadas na Julinha, como nas irmãs dela (as moças viviam brigando e aprontando), mas quem mais batia na Julinha era a mãe. Provavelmente, porque ela se reconhecia na filha, tão parecida, e queria evitar que a mocinha cometesse os mesmos erros que a mãe tinha cometido.
Naqueles dias, quando a Chiquinha tinha levado palmadas do coronel, a Julinha tinha levado chineladas da mãe. Chiquinha sabia disso (a fofoca corria solta na fazenda do Coronel Ferro Durão), e por isso esperou uns dias antes de resolver suas pendências com a Julinha. “Um intervalo entre duas surras é aconselhável”, pensava Chiquinha.
Quando Julinha chegou, Chiquinha disse:
- Você sabe, Julinha, que eu surrei o bumbum de Mariana?
Julinha ficou sem jeito, mas respondeu:
- Eu… sei.
- E como você sabe?
- Eu… estava escondida, espiando a aula.
- Não foi uma aula, Julinha, foi uma sessão de castigo.
- Oh… sim, uma sessão de castigo.
Chiquinha sorria do embaraço de sua criada pessoal, emprestada pelo coronel.
- E você acha certo ficar espionando as pessoas, Julinha?
- Eu… sim, quer dizer, não… no meu caso, foi porque o coronel mandou.
- Sim, mandou… mesmo assim, isso é errado, não é, Julinha?
- Mas… o que eu poderia fazer?
- Não sei, Julinha, mas eu sei o que vou fazer: vou te dar uma boa surra de chinelo no seu bumbum, por você ser espiã.
- Mas… não foi minha culpa, eu obedeci.
- Sim, Julinha, mas você obedeceu com prazer. Você achou bom a Mariana ficar com o bumbum todo vermelho e inchado de tanta surra de chicotinho, não achou?
Julinha ficou sem jeito para responder por alguns minutos, então Chiquinha disse:
- Julinha, por me espionar, eu te darei apenas uma surra de chineladas. Minta para mim, e eu vou pegar o chicotinho e te surrar no bumbum e nas coxas até sair sangue. Vou repetir a pergunta: você achou ou não achou bom ver o bumbum da Mariana ficar todo inchado e vermelho de tantas chibatadas?
- Eu… achei. - disse Julinha, encabulada.
- E também achou bom ver meu bumbum ficar todo vermelho, enquanto o Coronel me dava palmadas?
- Eu… - Julinha hesitou, Julinha gaguejou, Julinha tremeu, Julinha ficou muito encabulada, mas Julinha também pensou no que Chiquinha tinha dito: “por me espionar, eu te darei apenas uma surra de chineladas. Minta para mim, e eu vou pegar o chicotinho e te surrar no bumbum e nas coxas até sair sangue.” E, por isso, Julinha respondeu: - Bem… eu tenho que admitir que gostei… a senhora sabe que não foi minha culpa se o Coronel resolveu te dar palmadas, não é, dona Chiquinha? E a senhora, me desculpe a franqueza, tem um belo bumbum, liso, branco, e redondo, não muito grande nem muito pequeno, mas no tamanho ideal para enlouquecer muitos homens… Se a senhora se enfeitasse mais e se vestisse de forma, digamos, um pouco mais ousada, com o perdão da palavra, a senhora facilmente arrumaria um bom marido, é o que eu passei a achar, depois que vi o bumbum da senhora.
- Quer dizer que você admite que me espionou quando eu falei com o Coronel, Julinha? Mesmo sem ordem do Coronel?
Julinha pôs a mão na boca quando percebeu o que tinha feito. A Chiquinha de fato não tinha como saber que a Julinha estava espiando a Chiquinha, durante a surra. A Chiquinha agiu com inteligência e fez a Julinha confessar, sem nem a Julinha perceber (na verdade, a Chiquinha tinha percebido a presença de alguém atrás das cortinas, quando levou palmadas do Coronel, e muito provavelmente devia ser a Julinha espiando de novo, mas a Chiquinha não tinha como provar, até conseguir muito habilmente a confissão da Julinha).
- Devo procurar o Coronel e perguntar se ele te mandou me espiar, Julinha?
- Não, senhora, não – se o Coronel soubesse, ele provavelmente daria uma surra na Julinha, e ainda contaria para os pais dela, e a mãe de Julinha daria chineladas nela, e ainda teria que apanhar da Chiquinha - eu confesso, senhora, eu te espionei, eu fiquei muito curiosa com o que o Coronel ia fazer… Mas eu nunca imaginaria que ele te… que ele faria o que fez.
- Talvez não tenha imaginado todos os detalhes, mas, se você resolveu espionar nós dois, então você sabia que algo interessante iria acontecer.
- Bem… é sim, senhora… Mas por favor, não leve a mal… eu só fiquei muito curiosa.
Chiquinha, que encarava Julinha com um olhar muito severo, disse então:
- Te levar a mal, Julinha? Oh, não! Eu só vou te dar uma surra de chinelo, como tua mãe costuma fazer.
Julinha congelou.
- Senhora…? Mas… isso não é justo, eu te espiei com a Mariana porque o Coronel mandou.
- Isso já seria um bom motivo, na minha opinião, Julinha. Mas depois, você ainda me espiou com o Coronel, e ele não mandou. Então, agora, trate de levantar sua saia e abaixar suas calçolas, mocinha.
- Ai, senhora, por favor, eu prometo que…
- Julinha, se você não me obedecer eu contarei tudo ao Coronel e aos seus pais. E ainda vou pedir para o Coronel me deixar te surrar o bumbum, depois. Você prefere uma surra ou três?
Então, a Julinha, tremendo de vergonha e chorando, obedeceu Chiquinha e levantou sua saia e abaixou suas calçolas…
Então, a Chiquinha conduziu a Julinha até um sofá e ordenou:
- Deite de bruços no sofá, Julinha! Deite com o bumbum pra cima!
Julinha obedeceu. Chiquinha admirou o bumbum da jovem mulata. Era um bumbum grande, como os bumbuns das negras (Chiquinha já tinha visto algumas negras serem disciplinadas no traseiro, quando cometiam alguma falta), mas com a cor marrom claro das mulatas. Era bem liso e redondo, e se destacava ainda mais porque Julinha tinha uma cintura fina. Era um belo corpo de mulata, o da Julinha, com belas curvas nos lugares certos. E Chiquinha não pode deixar de dizer:
- Você acha que eu arrumaria um bom marido se me vestisse com mais ousadia, Julinha? Pois você com certeza deve ter uma legião de candidatos a noivo, ainda mais com um bumbum assim, grande e bonito, que você tem… e que eu vou ter o maior prazer em encher de chineladas.
- Ai, dona Chiquinha… por favor, não fale assim, eu fico com muita vergonha… acho que muito homem olha para mim com desejo, mas todos têm medo do meu pai, e também do Coronel, eles não vão admitir que alguém tome liberdades comigo… só se for pra casar e meus pais mais o Coronel têm que aprovar.
- E eles estão certos em te proteger, Julinha, você é muito bonita de rosto, mais ainda de corpo, e ainda por cima é uma moça sem juízo, que gosta de espionar os outros… Se eles não te protegerem, você pode se perder, e isso seria horrível. Mas não se preocupe, porque além dos seus pais e do Coronel, eu também vou te proteger. E se você não se comportar, um de nós vai te surrar!
Então, Chiquinha foi até o armário, pegou um de seus chinelos, um de couro, que ela só usava em seu quarto, e voltou para ficar ao lado do bumbum da Julinha, que tremia no sofá. A Julinha já tinha levado muitas palmadas e chineladas dos do pai, da mãe e do Coronel Ferro Durão, e até uma vez de seu irmão mais velho, mas ela sempre tremia diante de um chinelo forte, ameaçador. A Chiquinha então disse:
- Você agiu muito mal me espionando com a Mariana, Julinha, e agiu pior ainda, me espionando com o Coronel. Você sabe disso, e você sabe que merece as chineladas. Você é uma boa menina, e eu espero, do fundo do meu coração, que essas chineladas, te corrijam.
Então, Chiquinha desceu o chinelo, com toda força de que era capaz, e o chinelo estalou forte no bumbum da Julinha, produzindo uma grande mancha redonda e vermelha na nádega direita.
SPLETCH!
Julinha deu um gritinho, mas não teve tempo de se lamentar, pois o chinelo voltou a estalar forte na nádega esquerda.
SPLETCH!
Agora, as duas nádegas de Julinha tinham manchas vermelhas. Em cada uma, uma bola quase do tamanho da palma da mão de Chiquinha, um círculo vermelho no centro e com uma estranha mistura de rosa e marrom claro nos lados. Chiquinha passou a mão de leve no bumbum de Julinha e sentiu que já ardia. Olhou para o rosto de Julinha viu que a jovem mulata estava respirando pela boca e de olhos fechados, parecendo mais excitada do que dolorida. Chiquinha também estava excitada, vendo o bumbum de Julinha se avermelhar. Então, recomeçou o castigo com o máximo de força.
SPLETCH! SPLETCH! SPLETCH! SPLETCH! SPLETCH!
O bumbum de Julinha ficava cada vez mais vermelho, e Chiquinha admirava como ele mudava de cor. Cada chinelada na pele vermelha produzia uma mancha clara no começo, mas que logo ficava vermelha de novo, um vermelho cada vez mais escuro.
SPLETCH! SPLETCH! SPLETCH! SPLETCH! SPLETCH!
O som das chineladas enchiam o escritório da preceptora, e eram tão altos e tão frequentes que abafavam os gritinhos de dor e os gemidos de prazer da Julinha. A própria Chiquinha suspirava excitada com cada vez maior intensidade, e depois de alguns minutos de surra as duas donzelas estavam doidas para começarem a se esfregar. Chiquinha se imaginava levando palmadas do Coronel, enquanto que Julinha pensava baixinho: “Meu Deus, por favor, me dê um marido… Um marido com o pinto grande como o do papai, para poder me fazer chorar e sangrar de dor na noite de núpcias… e com uma mão bem dura e um braço forte como o do papai, para poder me dar palmadas bem fortes e me deixar dois ou três dias sem poder sentar direito… e se for branco, melhor ainda.”
Chiquinha ainda deu um último golpe antes de dar a surra por encerrada:
SPLETCH!
E então, ela se ajoelhou ao lado de Julinha, que ainda estava no sofá, e a abraçou.
A Julinha ia mudar de posição, para poder abraçar de volta e chorar no ombro da Chiquinha, mas ela sentiu seu bumbum arder ao contato com o sofá e deu um pequeno gritinho de dor. A Chiquinha, então, disse:
- Julinha, menina, fique quieta nesse sofá, eu já volto. Não saia daí e nem mude de posição, e nem se vista até eu mandar.
Julinha ficou então no sofá, com o bumbum pelado e vermelho para cima, esperando a Chiquinha voltar. A Julinha lutava contra a vontade de se esfregar e gozar, enquanto sentia a brisa alisar de leve seu bumbum vermelho e ardido, quando a Chiquinha voltou. Realmente, a preceptora tinha ido rápido, pegar o creme que a Julinha tinha passado no bumbum de Chiquinha, três dias antes, quando a Chiquinha levou palmadas do Coronel Ferro Durão.
O creme era muito refrescante, um unguento feito para peles doloridas, realmente. Era um creme muito usado em queimaduras, mas muito eficaz para aliviar a pele de um bumbum surrado, vermelho e ardido de tantas palmadas, ou chineladas, no caso da Julinha. Ou chibatadas, no caso da Mariana. E, pensando nas chibatadas que a Mariana levou, a Chiquinha teve uma ideia.
- Agora, você vai ser uma jovem donzela muito comportada e disciplinada, não vai, Julinha? Você sabe que isso é o melhor para todos, principalmente você.
- Sim, senhora, eu sei. - A pobre Julinha mal conseguia falar, sua voz saiu baixinha, como um gemido, e era quase inaudível.
- Então, você vai ser uma boa menina, a partir de hoje?
- Vou sim, senhora, eu prometo.
- Que bom, Julinha! - Disse Chiquinha, e logo depois começou a beijar o rosto, a testa, a ponta do nariz, o pescoço, o belo queixo e até a boca da jovem Julinha, que recebia os beijos humilde e submissa.
Logo depois, a própria Chiquinha ajudou a Julinha a se levantar do sofá, e depois ela se sentou, e pôs a mulata sentada em seu colo. Parecia uma jovem mãe fazendo carinho em seu bebê. E a Chiquinha ainda disse:
- Você gostaria de aprender a ler e a escrever, Julinha? E depois aprender francês, inglês, latim, piano, desenho, e a dançar, como uma boa donzela prendada?
- Oh, dona Chiquinha, sim, eu gostaria muito disso.
- Eu posso te ensinar tudo isso, Julinha, eu posso pedir ao Coronel que me deixe te dar aulas junto com a Mariana.
A Julinha sorria radiante, feliz como poucas vezes em sua vida, entusiasmada pela perspectiva de se tornar uma donzela tão prendada quanto as moças das famílias mais ricas da região.
- Mas isso significa que você vai levar muita surra de chicotinho no bumbum, Julinha, surras iguais aquela que você me viu dar na Mariana. - disse Chiquinha - Você vai aprender melhor se souber que vai levar surra de chicotinho no bumbum quando cometer um erro. Foi assim que eu aprendi e é assim que os melhores colégios ensinam.
- Sim, dona Chiquinha, a senhora tem razão.
- Então, você se submeterá às chibatadas, para aprender melhor, mocinha?
- Sim, dona Chiquinha, se a senhora acha que é o melhor jeito, para mim está bem. Mas eu quero muito aprender todas as ciências que as moças das melhores famílias aprendem.
- Você aprenderá, menina, você aprenderá. - disse Chiquinha, beijando com carinho o rosto da Julinha. - Eu vou dizer ao Coronel que quero que você seja minha aluna, junto com a Mariana, e se o Coronel não concordar eu sairei daqui e darei um jeito de te levar comigo. Mas o Coronel vai concordar, com certeza. Para ele, será só um favorzinho, e desde que aceitei as condições dele, ele está mais do que disposto a me fazer pequenos favores.
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