Monday, December 26, 2011

Faça o que eles dizem, minha filha - Conto de João Palmadas e Princesa Aninha

- Ah não, não, não... eu quero muito ir para a festa da Emily.
- Não podemos deixar, senhorita Paris, temos informações de que é perigoso.
- DROGA!

E Paris, filha de Michael Jackson, saiu pisando fundo e batendo a porta.

Pobre adolescente rica... Paris era órfã desde os 13 anos, idade em que as filhas idealizam todos os pais, bons ou maus. E Michael Jackson tinha sido até um bom pai. É verdade que poderia ter participado mais da vida dos meninos, afinal ele estava em turnês pelo mundo afora na maior parte do tempo, mas isso era mais do que compensado pela maneira de aproveitar o tempo que passava com eles.

E depois... bem, ele morreu. Paris chorou, sofreu muito nos primeiros meses, depois se recuperou. Mas nunca, nunca mesmo, superou a saudade do pai. Que pai seria ele, hoje? Será que ela precisaria de um batalhão de guarda-costas a vigiá-la e a vigiar todas as amigas dela? Será que Michael Jackson aprovaria ou até exigiria esse batalhão de chatos que inibiam todos os seus movimentos, que limitava sua vida social, que decidia para onde ela podia ou não podia ir?

Tudo por causa de uma batida policial alguns meses atrás! O FBI tinha descoberto, numa tocaia a um grupo terrorista árabe, um plano para sequestrar várias celebridades milionárias, pedindo resgaste. E Paris era uma dessas celebridades. Os terroristas tinham todos os dados, onde ela ia, quem eram suas amigas, a que horas saia e chegava em casa, como ela ia à High School, etc.

Daí, o FBI exigiu que Paris e outras celebridades ficassem sob segurança máxima. O advogado da família Jackson convenceu o FBI a permitir que Paris tivesse segurança particular, o que seria mais ameno. Mas ele teve que prometer que a filha de Michael Jackson diminuiria sua imensa e badalada vida social, pelo menos até que alguns terroristas fossem presos.

Paris era uma good girl, como dizem nos EUA, mas gostava muito de festas, de dançar. Para ela, ir a quatro festas por mês em vez das oito a que estava acostumada, e deixar de ir a shows e danceterias era muito difícil. Por isso, se tornou um tanto rebelde, bebendo às vezes e arrumando algumas confusões com as amigas dela. Depois, na manhã seguinte, ela sempre se arrependia, mas depois do arrependimento voltava a vontade de sair como antes, aproveitando a juventude, como todos faziam...

Bem, agora ela tinha que ficar em casa. “Mas tudo bem”, Paris dizia para si mesma, “eu tenho um plano”. Ela vestiu sua camisola, e deitou-se para dormir. E ela sonhou...

* * *

Paris sonhou que estava num grande teatro vazio, e no palco Michael estava em pé, com um microfone na mão. Quando ele a viu, ele disse:

- Venha para cá, filha!

Filha... Paris se sentia estranha, sendo chamada de filha por um homem que era uma lenda... tinha muita saudade dele. Paris sempre achara que era por tê-lo perdido cedo e por ele ser uma celebridade endeusada que ela amava muito seu pai. Mas agora ela sentia que não era isso. Era porque sentia que seu pai era um homem bom. Ela sempre sentira isso. Ele amava de verdade os filhos, e amava de verdade Paris. Ele era um bom homem.

Paris foi até o palco, e andou até seu pai. Michael a abraçou e a beijou na testa, e começaram a conversar.

- Querida, como você tem passado esses anos todos?
- Bem, papai. Mas tenho saudade.
- Eu também filha. Mas eu te visito em sonhos, sabia disso?
- Não, não sabia, mas agora... agora eu estou me lembrando que já sonhei com você, sim.
- Eu tenho tentado te ajudar, minha filha, tenho cuidado de você.

Paris se sentiu confortada e protegida. Mas Michael Jackson também disse?

- Por isso, minha filha, estou muito triste com você hoje.
- Triste, papai? Mas por que?
- Porque eu sei que você está pensando em enganar seus seguranças e fugir da nossa mansão no meio da madrugada, e por isso você resolveu dormir à tarde.

Paris olhou para o lado, meio emburrada, como uma menina que percebeu que não vai ter uma coisa que queria.

- Por isso eu vim hoje, filha, para dizer que você não vai fazer isso.
- Mas papai...
- Nada de mais, você não vai.
- Ah, vou sim, eu quero me divertir.
- Filha, sua diversão vale mais que sua vida?
- Mas...

Paris ficou de braços cruzados, emburrada. Michael Jackson ficou balançando a cabeça, com tristeza.

- Bem, minha filha, eu não acredito que sua diversão vale mais do que sua vida. E vejo que te faltou disciplina. Terei que ser duro pela primeira vez? Não quero fazer isso, mas você com suas atitudes me obriga... Sempre viajei muito, e quando estava com meus filhos sempre preferi brincar com vocês a educá-los... mas agora é questão de vida ou morte e em questão de vida ou morte eu não posso relevar sua teimosia, minha querida.
- O que você quer dizer com isso, pai?
- Que terei que dar palmadas em você, filha.

Do nada, surgiu uma cadeira sem braços, e Michael Jackson se sentou nela. Paris tentou se afastar, mas seu pai foi mais rápido e a puxou com força, fazendo-a deitar-se de bruços em seu colo.

- Papai, o que é isso, o que... ai!
- Paris, eu nem mesmo levantei sua camisola... e nem vou levantar, porque não acho certo que minha filhinha mostre o bumbum para alguém... mas umas palmadinhas vou dar sim.

Michael Jackson, com efeito, desceu mais cinco vezes sua mão no bumbum de Paris ( PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT) e depois a levantou, com calma. A mocinha chorava baixinho.

- Puxa papai, você nunca deu palmada na gente...

O Michael Jackson beijou sua filha de novo.

- Filha, pense nisso. Eu não quero endurecer de verdade, quero que você viva. Fique mais uns dias se divertindo menos, para viver e se divertir muito mais depois, viu?

Paris concordou com a cabeça, ainda chorando um pouquinho.

- Vem cá, minha filha.

Então, Michael Jackson e Paris se abraçaram.

- Você é minha princesinha do pop, minha sweet little girl... sabia que você pode ter cem anos, será sempre minha sweet little girl?
- Sei, papai.
- E vai desistir dessa história de tentar escapar da segurança para se divertir com suas amigas?
- Vou, papai.
- Promete, meu pequeno tesouro, você promete?
- Prometo, papai, prometo que vou desistir de tentar enganar os seguranças.
- Então descansa aqui, minha filha, no colo do papai...


* * *

- Hã, o que...

Paris acordou. Que sonho ela tinha tido. Ela pensava no pai, nas coisas que ele tinha dito no sonho... parecia tão real...

E o bumbum dela ardia um pouquinho, também. Paris encostou as mãos no bumbum e sentiu que ardia. Deu um gemidinho, de dor... e de medo, também.

- Foi só um sonho, foi só um sonho... só um sonho, só isso, só um sonho...

E Paris pensou em seu plano. Acordou depois da meia noite, como planejado. Então, ela repensou o que tinha planejado: a segurança provavelmente iria relaxar, e ela conhecia todas as portas e saídas da mansão, que era tão grande que poderia ser um labirinto. Ela também sabia onde estavam as chaves da casa, seria fácil sair e ligar para suas amigas pelo celular. Aí poderia se divertir a noite inteira, lá onde os seguranças não queriam que ela fosse porque achavam arriscado demais. O plano tinha mais detalhes, mas o essencial era isso.

Então, Paris andou pela casa com uma lanterna, pois não quis acender nenhuma luz para não chamar a atenção dos seguranças, e foi até um escritório onde estavam as chaves da mansão. Ela abriu a porta e ouviu “Não”!

Paris olhou para os lados, assustada. Parecia a voz do Michael Jackson. Mas ela se tranquilizou logo: “Foi só um sonho, só um sonho, só um sonho, um sonho e nada mais... só um sonho...”. Ela respirou fundo e entrou no escritório.

Paris foi até a mesa, abriu a gaveta, e ouviu a voz falando de novo:

- Não ouse pegar essas chaves!

Paris tremeu e quase desmaiou. Olhou para os lados de novo. Não havia ninguém. Não tinha ninguém. O pai dela estava morto há muito tempo. Ela tinha vontade muito grande de se divertir. Respirou fundo de novo e pensou: “não há ninguém aqui, eu que fiquei muito impressionado com o sonho, é só isso, só isso...” Paris ainda tremia. Suas mãos tremiam, quando as colocou na gaveta. Olhou em volta para ter certeza, não havia ninguém. Não, não havia ninguém. Com certeza, não havia ninguém. Criou coragem e pegou as chaves.

E quando pegou as chaves, sentiu que algo a puxava até a cadeira e ela se viu novamente deitada com o bumbum para cima. Parecia estar no colo de alguém e imaginou um homem parecido com seu pai, mas ainda estava escuro e ela não viu bem. Mas a voz da pessoa que a dominava na cadeira era a voz de seu pai, que dizia:

- Você prometeu!

E enquanto dizia dava palmadas: PLAFT!

- Prometeu!

PLAFT

- Prometeu sim!

PLAFT

- Prometeu... e não quer cumprir!

PLAFT

- Por isso eu tenho que castigar, entende?

PLAFT

- Porque você promete, não cumpre, e porque preciso te proteger, e quero que viva muito!

PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT

- Quero que viva e se proteja, entendeu?

PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT

- Você sempre será minha princesinha, minha sweet litle girl, meu pequeno e maravilhoso tesouro, e eu sempre vou evitar te castigar, mas se for para que você viva e aprenda a não se arriscar por tolices, eu castigo sim!

PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT

- Castigo sim!

PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT

- Agora chega. Volte para seu quarto. Eu nem levantei a camisola dessa vez, mas da próxima vez você vai apanhar com o bumbum à mostra, entendeu?
- ai... aiiii.... entendi, papai... sniff... entendi sim....

E Paris correu para seu quarto na mansão que herdou de Michael Jackson. De camisola, a mocinha corria no escuro, pois tinha esquecido a lanterna no escritório. Correu, entrou no quarto, entrou debaixo dos cobertores e...

* * *

… e acordou de novo. Na primeira vez não tinha acordado de verdade, ainda estava sonhando. Mas agora acordou mesmo. Nossa, pensava a mocinha, que pesadelos... que palmadas, também... Paris nunca imaginaria que o pai, tão legal, tão bonzinho, tão camarada com os filhos, pudesse dar palmadas no bumbum dela...

Ainda estava escuro. Talvez não fosse ainda três horas da madrugada. Ela tentou se levantar e...

- Aí!

… e sentiu o bumbum ficar em brasas quando o encostou na cama. Estava ardendo e muito, desta vez. Estava dolorido e quente, Paris sentiu quando passou a mão por ele de leve.

Paris se levantou da cama, foi ao espelho, levantou a camisola para olhar o bumbum e levou um susto: o bumbum dela estava vermelho como dois tomates, e cheios de marcas de dedos. Ela tinha realmente levado uma surra no bumbum e admitiu que não estava sonhando.

Olhou para o retrato do pai com ela ainda criança que tinha na cabeceira da cama e disse:

- Ok, papai, tudo bem, eu não vou mais sair hoje não, só vou sair quando a segurança autorizar, viu. E só vou dispensar os seguranças quando o FBI pegar todos os terroristas, tudo bem?

E Paris se deitou, talvez ainda pudesse cochilar mais um pouco até o dia amanhecer. Ela não tinha o hábito de levantar cedo, mas enquanto estivesse em perigo deixaria de se divertir pela madrugada afora. O bumbum ardia e doía muito, e Paris deitou de bruços. Parecia que ela ouvia o pai dizendo:

- Foi para o seu bem princesinha, foi para o seu bem... isso doeu mais em mim que em você. Agora durma minha criança.