Thursday, July 08, 2021

Conto da Justine: O Senhor Chinelo

 

RUTH E RAQUEL em:

"O Sr. Chinelo"

 

- Ruth do Céu! A mãe descobriu tudo sobre a história da grana da Matilda. Não sei como ela descobriu...Está uma vara no telefone!! E agora Ruth? Disse que tá vindo matar nós duas!
- Para de se preocupar, e daí...cê parece que tá com medo da mãe? Parece criancinha...Qual que é Raquel !?
- Nunca vi a mãe assim, desse jeito.
- Hiii Raquel dá um tempo. Ela chega aqui e a gente fala tudo, conta a verdade dá um jeito de repor, sei lá...pede desculpa.

A mãe entrou zunindo no quarto chutou a porta e pegou primeiro a Ruth, veio prá cima dela com tudo, puxou a Ruth pelo cabelo e fez ela ajoelhar. Eu sei que eu sou cagona, mas Ruth...que é de responder e espernear ficou tão assustada com o nervoso da mãe que ficou quietinha, pianinho, até ajuntou as mãos na frente do peito. Depois a mãe berrou pro meu lado:

- E você do lado dela, já! de joelhos e sem um piu!

A mãe espumou enquanto falou todas aquelas coisas sobre a nossa gigantesca cagada. Ela tava vermelha e a veia do pescoço pulou prá fora. Nós duas lado a lado de joelhos ficamos paradinhas e eu quase nem respirava, o coração berrando tanto que eu fiquei tonta e não entendia mais nada que a mãe falava. Só tava com medo.

A Ruth foi argumentar mas ela proibiu a gente de falar e disse que isso não ia ficar assim não! e abriu a porta do armário e começou a jogar tudo quanto é sapato pra cima da cama. No começo eu não entendi, achei que ela estava escolhendo uma roupa para ir num daqueles jantares...nessas reuniões do Rotary que ela sempre ia com o nosso pai. Mas de repente...ela puxou do fundo do armário o chinelo, aquele! De tanto tempo...

Aquele mesmo chinelo que a gente conhecia bem, que era de surra mesmo. Ela dava sempre, dia sim dia não. O pai só de vez em quando, mas quando pegava a gente! Ele sempre dizia antes de começar a bater:

- Menina tem que entrar na disciplina!

E era uma do lado da outra esperando a vez de ir pro colo do pai. Ele levantava o vestido e arriava a calcinha. As vezes eu era a primeira e as vezes era a Ruth. O chinelo cortava o ar e a bunda da Ruth ia ficando vermelhinha e depois era a minha vez, a Ruth não dava um pio, não sei como ela conseguia aguentar, eu não, eu era chorona e antes do pai terminar a surra na bunda pelada da Ruth eu já estava apavorada e chorando.

O nosso chinelo da infância saiu do armário com uma camada de bolor verde, o couro tava mais escuro do que antes. Era sempre assustador ver o Sr.chinelo voltando à vida depois de ser desenterrado de dentro do armário, eu não sabia que a mãe ainda guardava aquele instrumento de castigo.

Ela sentou na cama e ficou batendo o chinelo nas mãos...e disse um monte de coisas: que agora a gente ia passar mais esse castigo, mas que ela esperava que fosse o último da nossa educação, e que pelo jeito que a gente estava indo...O chinelo ia cantar muito ainda na nossa bunda, que a gente não tinha crescido e tal... Nós duas ficamos balançadas, porque era duro passar pelo chinelo. O chinelo nas mãos dela era ardido mesmo, me senti uma garotinha outra vez, sem saída, A mãe puxou eu em primeiro lugar. E a Ruth continuou ajoelhada e ficou bem na nossa na frente assistindo tudo. A mãe ergueu minha saia de colegial até a cintura e como eu já tinha o corpo de mulher, fiquei com vergonha da mãe estar olhando meu bumbum depois de tantos anos. Depois abaixou minha calcinha e senti meu traseiro no vento, desnudo, sabe, eu senti prazer, de estar de novo no colo da mãe, fazia tanto tempo! Mas quando ela começou a encher o meu bumbum de chineladas eu me lembrei logo de como doía, era a mesma dor de sempre e de novo gritei e chorei e pedi, implorei:

- Ai! Mãe!! Para mãe, eu juro prá senhora. Nunca mais, ai! Mãe!

Mas ela disse prá eu ficar quieta que eu já tava bem grandinha prá espernear e que ainda ia ter o castigo do pai que não ia ser menor que cintada.

Ela bateu até minha bunda ficar roxa! E fez eu ajoelhar outra vez ao lado da Ruth. Eu fiquei com a saia erguida e com o bumbum de fora que não dava prá encostar nada ali.

Depois apontou o chinelo para a minha irmã e falou:

- Agora e a sua vez, e pode se preparar, que quando você era pequena a gente economizava na mão, acho que foi esse o nosso erro. Mas hoje você se corrige. Eu sei que o cérebro dessa história do dinheiro da Matilda é seu...desgraçada! Como você pode roubar as economias da Matilda!

O chinelo balançando e o cheiro de bolor no ar e a mãe voltando a espumar até que arrancou a Ruth do chão num safanão. A Ruth caiu de bruços no colo da mãe. Ela levantou a saia pregueada e o bumbum da minha irmã apareceu branquinho, redondo, durinho, perfeito ela era bem feita e tinha as ancas maiores do que as minhas. A mãe abaixou ainda mais a calcinha branquinha de florzinha azul da Ruth e aquela calcinha era minha! O meu traseiro tava em chamas e eu me encolhi só esperando as chinelas começarem a estalar. A mãe bateu muito mesmo na Ruth. Cada chinelada fazia a Ruth se contorcer, mas ela não dava um piu, do mesmo jeito de quando a gente era criança. Mas a mãe sentou o chinelo sem dó, estalava muito e eu acho que a Ruth levou o dobro de chineladas do que eu, o bumbum dela parecia que tava suando sangue. A mãe ainda batia na Ruth quando o pai chegou.

Foi aí que a coisa engrossou. O pai entrou furioso e puxou a cinta da calça, num único movimento de maestro. Me puxou pelas orelhas e me jogou na cama, a mãe pegou a Ruth pelo braço e jogou ela do meu lado. Ficamos as duas de bruços, coladas uma na outra. Sentia o vapor do corpo da Ruth, a blusa da escola suada e o corpo da minha irmã muito quente, ela estava com o bumbum esfolado e eu pegava fogo. A mãe disse pro nosso pai:

- Agora é com você!

O pai só disse:

- Vocês são duas marginais! Levantem a saia que agora vocês vão aprender!! Ergam a saia!

A Ruth ergueu primeiro, eu já nem podia com o estrago que o chinelo já tinha feito. Mas tive que puxar a minha saia até a cintura. Tava ali as duas bundas coladas, lado a lado, expostas a espera do castigo, a semelhança genética e o mesmo gosto pela surra. O pai gritou que a gente já estava com bunda de moça e ainda precisava de disciplina. Aí o pai deu a primeira cintada, pegou nós duas de uma só vez eu contei 20 cintadas, mas perdi a conta, nem sei quanto que a gente levou. Ele bateu tanto que eu fiz xixi na cama. A Ruth chorou pela primeira vez, baixinho, soluçando e nós segurávamos uma na mão da outra, esperando a próxima cintada e cada cintada que o pai dava em nossos traseiros nossos dedos tensos e as mãos suadas se desprendiam, mas a gente dava a mão de novo. Depois que o pai parou saiu do quarto e apagou a luz. Nós ficamos chorando no escuro a noite inteira e doía tanto que não pudemos mais dormir. Eu tinha 15 anos e a Ruth 16. E levou muitos dias até desaparecer as marcas dessa surra do pai e da mãe em nós duas. A gente passou dias se ajudando uma cuidando do bumbum da outra, passando gelol, escondidas no banheiro. O Sr. Chinelo voltou para o armário e a cinta prá calça do pai. E o dinheiro, que a gente tinha escondido, pro bolso da Matilda.

by Justine

(Esse conto é da Justine, com a qual, infelizmente, não tenho tido contato. Ela era uma ótima escritora. Ela escreveu uma ótima série sobre um marques e sua jovem pupila, que infelizmente eu perdi. Felicidades, Juju!)