Sunday, March 31, 2013

As Duas Donzelas, a Bruxa da Montanha e o Bruxo Cafajestão


Conto de João Palmadas

- Não sei como eu te deixei me convencer a vir aqui, Alice.
- Ai, sossega Débora, estamos quase chegando.
Cansadas, Alice e Débora subiam um monte por uma trilha. Diziam que naquela montanha morava uma bruxa com o dom da adivinhação.
Quase no topo, junto a uma ladeira, ficava a casa da Bruxa. Era uma casa de tamanho médio, pequena para uma grande família mas boa para um casal e mais que suficiente para uma mulher solitária.
Alice e Débora bateram palmas:
- Oi, tem alguém na casa?
- Na casa não, mas aqui tem!
As duas se assustaram, olharam para trás e viram a Bruxa da Montanha. A Bruxa era uma mulher bonita, que aparentava ter entre 35 e 40 anos. Ela vestia-se bem, uma camisa azul clara e uma saia cinza escura que passava dos joelhos, mas era bem justa. Podia-se ver que a Bruxa da Montanha tinha belos seios e nádegas grandes e redondas.
- Oi, dona Bruxa.
- Oi Alice. Oi Débora.
- Você sabe os nossos nomes?
Claro, menina boba, eu sou bruxa.
- E... você não usa vassoura?
A Bruxa estava flutuando no ar em cima de um aspirador de pó.
- Isso foi na Idade Média, donzela. Hoje em dia voamos por aí em confortáveis aspiradores japoneses. Além do mais, o bruxo Kafaajaesstãopoderia achar uma boa idéia usar o cabo das vassouras para surrar suas seguidoras... é melhor não provocar.
- O que, o bruxo cafajestão?
Kafaajaesstão! É melhor não errar o nome dele, porque ele não gosta disso. E ele adora quando tem uma desculpa para surrar o bumbum de uma bruxa indisciplinada ou uma donzelinha boba.
Cafajestão é um país da Ásia Central...
- É o nome de um bruxo também e é Kafaajaesstão! O bruxo e o país! Depois ele aparece do nada e surra seu traseiro igual os pais de vocês faziam até pouco tempo, não é? Se vocês ficarem errando o nome dele, acontecerá isso.
Alice e Débora ficaram espantadas.
- O que, dona Bruxa? Nossos pais nos davam umas palmadinhas quando éramos pequenas, mas isso tem tempo...
- Você – ela disse à Débora – levou uma boa surra de palmadas no bumbum com 18 anos e meio e você – ela disse à Alice – levou outra com 19 anos. E sabem que se vacilarem vão apanhar de novo, que seus pais são bravos.
As duas donzelas ficaram mais espantadas ainda, e um pouco envergonhadas.
- Como você sabe disso?
- Eu sou bruxa, queridinha, eu tenho o dom da adivinhação. E eu também sei porque vocês me procuraram: querem saber se seus noivos são fieis a vocês. Eu posso descobrir isso, mas vocês têm que entrar na casa comigo. Concordam?
- Concordamos.
- Querem mesmo saber isso? Olhem que talvez vocês não gostem do que eu vou exigir em troca.
- Queremos, sim.
- Têm certeza!
- Absoluta!
- Muito bem.
No segundo seguinte elas e a bruxa estavam dentro da casa da montanha. As duas moças levaram um susto tremendo com a mudança de ambiente. Logo ficaram brancas de tanto medo, e tremiam.
- Como foi isso?
- Ai, ai, ai... vocês são lerdinhas mesmo, hein? Essa é a terceira vez que explico: sou bruxa.
Ainda tremendo, a Alice disse:
- Dona Bruxa, vamos discutir o pagamento...
- Que pagamento?
- Não esperamos que você nos ajude de graça – disse a Débora.
- Não vou. Vocês vão me pagar com uma coisa que gosto muito!
- O que?
- Seus bumbuns, para eu surrar.
Alice e Débora olharam uma para a outra.
- Como assim, surrar?
- Vocês duas ficarão deitadas de bruços, com seus bumbuns de fora.
- E vai doer?
- Como na última vez que seus pais deram palmadas em vocês.
- Então não queremos! – disseram as duas, assustadas.
- Agora é tarde. Já estão na minha casa e só sairão daqui depois das palmadas.
- Nós... nós não sabíamos disso, não é justo.
- Poderiam ter perguntado quando eu disse que talvez vocês não fossem gostar do que eu exijo em troca, mas não perguntaram. O ciúme de vocês é muito grande e não pensaram nisso. Ficaram impressionadas com minha capacidade de adivinhar e doidas para conhecer melhor a intimidade dos noivos de vocês. Agora, donzelas, estão na minha casa e daqui só sairão depois de umas palmadas.
- Podemos pagar em dinheiro!
- Se eu quiser, transformo vocês duas em estátuas de ouro e mando derreter. Se eu quiser, transformo tudo nessa casa em ouro e fico rica. Aliás, eu sou rica. Só trabalho como bruxa por causa do meu pacto com o bruxo Kafaajaesstão... e porque gosto de surrar um bumbum também.
- Você não tem pena, Dona Bruxa? Não tem bondade?
- Ah, tenho. E esse é o problema: eu sou visada pelo bruxo Kafaajaesstão, nosso chefão, porque tenho sido boazinha, e uma bruxa não pode ser boazinha. É contra as regras.
- Ai, dona Bruxa, nem uma pequena bondadezinha?
É, outro dia eu fiz uma pequena bondadezinha... vou contar uma história para vocês:

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“Eu estava voando em meu aspirador de pó japonês, como uma boa bruxa moderna, quando vi a mata se incendiando.
Era na estação seca, com um mês sem chuva, e toda vegetação estava ressecada. O vento forte ajudava a espalhar o fogo, e todos os animais corriam o mais que podiam. Sorte deles que havia um rio perto.
Eu assistia o incêndio, fascinada pelo espetáculo dos animais em fuga. Os veados, lobos, onças, antas, emas, pacas, tatus e outros bichos, todos correndo pelo mato para alcançar o rio e se salvarem... Era realmente fascinante.
Eu gosto de bichos, sabem? Eu gosto de vê-los na natureza. Eu estava aliviada porque todos alcançavam o rio e se salvavam.
Então, eu vi que uma raposa chorava, uivando desesperada. Eu achei estranho, porque ela estava a salvo, na outra margem do rio. Eu me aproximei dela, e percebi outra raposa também chorava, mas era um choro de criança. Em cima de uma árvore em chamas estava um filhote de raposa, no último galho. Quase toda a árvore estava em brasa, e ao redor dele só havia fogo. Ele não tinha chance de pular para um lugar seguro e muito menos de alcançar o rio. E a raposa mãe dele chorava pelo filhote que estava condenado.
Eu gosto muito de animais, já disse, então fiquei com muita pena do filhotinho. Aí, fiz um feitiço: o filhote flutuou no ar, por cima do fogo, e veio pousar junto da mãe dele, em segurança, na outra margem do rio, longe do fogo. Acho que a raposa mãe percebeu que foi uma magia minha, porque ela olhava para mim com uma expressão agradecida.
Então, no segundo seguinte, eu não estava mais na floresta. Eu estava no gabinete do bruxo Kafaajaesstão, que olhava para mim com uma cara nada simpática.
- Você usou seus poderes mágicos para uma boa ação, Dona Bruxa da Montanha.
- Sim, para salvar um bichinho, uma raposinha.
- Você sabe que as bruxas têm que ser malvadas e não podem usar a magia para fazer algo bom para criatura nenhuma – a não ser que seja parte de um pacto com um humano.
- Isso também vale para um bichinho?
- Está no contrato: não podem usar a magia para fazer algo bom para criatura nenhuma! Isso ficou bem claro.
- Sim, mestre bruxo. Foi bem claro.
- Então, não vamos mais perder tempo.
Ele se sentou num sofá e me fez flutuar no ar até o colo dele, como eu havia feito o filhote da raposa flutuar no ar até a mãe dele. Mas antes que eu pousasse no colo dele, ele fez minha saia levantar e minhas calcinhas abaixarem até os joelhos, de forma que eu me vi com o bumbum de fora, pronto para as palmadas.
SmackSmackSmackSmack!
Ele deu quatro palmadas, olhou meu traseiro, e recomeçou.
Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! SmackSmack!
O Bruxo Kafaajaesstão batia com firmeza, com uma expressão fria, calma, exceto quando dava uma pausa e alisava um pouco meu bumbum para sentir o calor da pele vermelha, quando então ele sorria, um sorriso discreto e cínico. Mas logo depois ele recomeçava, e batia ainda mais forte:
Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! SmackSmack!
O Bruxo Kafaajaesstão é um bruxo malvado. Ele gosta de sentir o calor das palmadas em um bumbum. Ele gosta de ver a pele de um bumbum vermelha por causa dos tapas. Ele gosta de admirar as marcas de seus dedos e o contorno de sua mão num bumbum bem redondo. Ele gosta de imaginar a humilhação de uma mulher adulta apanhando no bumbum como se fosse uma moleca levada.
Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! SmackSmackSmackSmackSmackSmackSmackSmack!
Quando enfim ele terminou, ele me mandou me levantar.
- Você sabe o que acontece quando você faz uma boa ação para qualquer ser humano, animal ou qualquer outra criatura. E isso vale para as criaturas sobrenaturais, como vampiros, fadas, anjos, lobisomens, bruxos, fantasmas, etc. A não ser que seja uma exceção prevista no pacto que você fez quando se tornou uma bruxa. Trate de agir como uma bruxa malvada de agora em diante.
- Sim, bruxo mestre Kafaajaesstão.
E no segundo seguinte eu já não estava no gabinete dele, e sim na minha casa. Ele me transportou até lá com magia. Cansada, eu me sentei sem pensar numa cadeira.
Aiiii!
Eu dei um pulo imediatamente. Tinha esquecido que meu bumbum estava todo dolorido. Então, tirei a saia e as calcinhas, e me olhei no espelho. Eu sempre fico com o bumbum todo vermelho e dolorido, cheio de hematomas, mas sempre me espanto quando olho no espelho o resultado das palmadas. Bem, nada havia a fazer a não ser passar uma pomada no bumbum e deitar de bruços. E não esquecer de colocar uma almofadinha na cadeira para poder sentar.
E fiquei pensando no que o bruxo Kafaajaesstão tinha me dito.
- “Trate de agir como uma bruxa malvada de agora em diante”, “Trate de...”, hahaha! Conversa fiada! Ele quer é que eu faça mais e mais boas ações! Assim ele se diverte me dando palmadas e eu passo toda a vida de bruxa sem poder sentar direito!”

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Nossa, dona Bruxa, você levou uma grande surra no bumbum! – disse Alice.
- E a senhora não é adolescente mais, deve ter uns 35 anos, não? – disse Débora.
- Tenho 523 anos. Você acha que estou bem conservada?
- 523? - as duas disseram espantadas.
- Eu sou bruxa, ora, eu vivo muito tempo ainda. Para uma bruxa, sou considerada muito nova, se querem saber.
- Mas poxa, dona bruxa, você fez uma coisa bacana, você salvou a vida do pobrezinho do filhote de raposa...
- Justamente, para os bruxos as boas ações são erradas, temos que fazer só travessuras. A moral, para os bruxos, é o contrário da moral para os humanos. Mas às vezes eu dou uma de boazinha, como vocês às vezes fazem travessuras, e aí eu apanho no bumbum.
- Mas nós não apanhamos no bumbum mais.
- Mas vão apanhar hoje.
- Dona Bruxa, você não vai nos perdoar?
- Se eu fizer isso, o bruxo Kafaajaesstão aparece aqui e me surra de novo, porque eu terei sido boazinha.
- E se a gente quiser desistir do negócio?
- Agora não podem, entraram na casa, já era. Só saem daqui depois das palmadas. Sabendo ou não o que queriam saber, se seus noivos são fieis. E eu garanto uma coisa: não vou apanhar no bumbum no lugar de vocês duas. O bruxo Kafaajaesstão tem uma palmada bem forte.
Alice e Débora olharam uma para a outra com uma expressão triste.
- Bem, se é assim, queremos saber se nossos noivos são fieis ou nos enganam.
- Isso é fácil. Vocês se tornaram noivas no mesmo dia, há dois meses atrás, não foi?
- Sim, foi – disse Alice, que quase perguntou como a Bruxa da Montanha sabia disso, mas aí se lembrou que ela era uma bruxa adivinhadora. Então Alice perguntou:
- Como ficaremos sabendo?
- Vocês se deitarão na minha cama e verão, em sonho, a vida dos noivos de vocês de dois meses até hoje.
- Agora?
É, agora.
E logo que a Bruxa da Montanha disse isso, as duas donzelinhas estavam deitadas, dormindo e sonhando. No sonho, elas reviram seus noivos pedindo as mãos delas em casamento. E reviram os noivos saindo com elas para o cinema, o teatro, os bailes, as reuniões familiares, essas coisas. Também, elas viram os noivos quando eles estavam trabalhando ou se divertindo com os amigos, sem elas. E nisso elas não viram qualquer sinal de traição, pelo contrário, eles sempre diziam, quando tinham chance de sair com qualquer outra mulher, que eram noivos e amavam suas futuras esposas. E nos sonhos, elas viram que os noivos se comportaram bem durante todo o noivado e seus ciúmes eram infundados.
Quando viram isso, elas acordaram ao mesmo tempo, numa cama de casal onde estavam deitadas.
- Duas bobas ciumentas, é o que vocês duas são. Se eu tivesse um noivo como os de vocês quando era ser humano, eu não teria virado bruxa. Merecem mesmo umas palmadas bem fortes nos bumbuns.
Elas ainda estavam meio sonolentas e iam ainda pedir para deixar o castigo passar, mas antes mesmo que pudessem articular direito o pensamento elas se viram deitadas de bruços na cama, e perceberam que não podiam se mexer.
- Como!!? Estamos presas, sem cordas nem correntes, não podemos nos levantar nem nos virar... mas não há nada nos segurando, como é isso?
- Eu sou bruxa, digo pela quarta vez! Mas tudo bem, já vi que com vocês vou mesmo ter que repetir muito e muito...
Assim como a magia mantinha as duas donzelas presas na cama, a magia fez as saias e as calcinhas delas simplesmente desaparecerem, e a Bruxa da Montanha se sentou ao lado delas, pronta para dar boas palmadas nos dois bumbuns das duas ciumentas.
SmackSmackSmackSmack!
- E não Smackreclamem, vocês Smackaté que estão SmackconfortáveisSmack! Eu, quando apanho, Smackfico toda sem jeito Smack!no colo colo Smackdo bruxo SmackKafaajaesstãoSmackSmack!
Então, a Bruxa da Montanha interrompeu as palmadas para dizer:
Sabem, eu fico tão sem jeito quando apanho deitada no colo que minha coluna dói quase tanto quanto meu bumbum. Vocês não terão esse problema. – e logo a bruxa recomeçou as palmadas.
Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! SmackSmack!
As duas donzelas choravam e gemiam, um pouco pela dor, mas muito mais pela vergonha e pela impotência. Nem mesmo proteger os bumbuns com as mãos elas podiam, presas que estavam pela magia da Bruxa.
Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! SmackSmack!
A Bruxa da Montanha batia na nádega direita da Alice: Smack!, e depois na nádega esquerda da Alice: Smack! Aí, batia na nádega direita da Débora: Smack!, e depois na nádega esquerda da Débora: Smack! E, se o Bruxo Kafaajaesstão ainda tinha batido com um pouco de seriedade quando surrou o bumbum da Bruxa da Montanha, a Bruxa da Montanha não tinha seriedade nenhuma: ela sorria quando dava as palmadas, às vezes até ria.
Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! SmackSmack!
As duas donzelas não conseguiam conter as lagrimas. Elas bem que tentavam, afinal não queriam dar à bruxa o prazer de vê-las chorando, mas a situação era muito humilhante e dolorosa, ainda mais pela impotência. Elas choravam de dor, de vergonha e de raiva.
SmackSmack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! Smack! SmackSmackSmackSmackSmackSmackSmack!
E a Bruxa batia, batia, batia que parecia que nunca iria terminar… mas terminou. Terminou quando sentiu a mão doendo demais para continuar. Olhou bem para os bumbuns das duas donzelas: estavam bem vermelhos. Aqui e ali, se podia ver alguns sinais ainda mais vermelhos, quase roxos: eram as marcas dos dedos finos da mão da Bruxa da Montanha, que tinha marcado por pelo menos três dias os bumbuns redondos e lisos das duas donzelas.
- Eu tenho uma coisa boa para dizer para vocês, mocinhas: seus bumbuns, que já eram lindos, ficaram mais bonitos ainda com as palmadas que eu dei.
As duas donzelas, ainda presas por magia na cama, ficaram com muita raiva quando a Bruxa da Montanha disse isso, mas esta disse:
- Ah, estão zangadinhas?
E levantou a mão, como que para bater de novo, mas não bateu. Preferiu ver as duas donzelas se encolherem, tremendo de medo. A Bruxa da Montanha então deu uma grande gargalhada e, no segundo seguinte, as duas donzelas se viram fora da casa, bem vestidas, e pronta para voltarem para casa, agora que já tinham conseguido o que queriam.
- Nossa, Alice, será que foi um sonho?
A Alice encostou a mão no bumbum, fez uma careta e disse:
- Não, Débora, não foi, foi tão real que acho que vou ficar dois ou três dias precisando de um travesseiro para sentar.
A Débora também fez uma careta quando tocou no bumbum. O tecido das calcinhas fazia a pele arder como se estivesse sentada numa fogueira.
Felizmente, o caminho de volta, sendo uma descida, era mais fácil.
Durante a descida, Débora e Alice viram um pequeno riacho, e Débora teve uma idéia.
- Alice, eu acho que vou tomar um banho nesse riacho.
- Ué, para que?
- Para molhar meu bumbum nessa água fria.
E Débora tirou a saia e as calcinhas, e entrou no riacho. Não era muito fundo, a água batia justamente na cintura dela. Alice viu o bumbum de Débora, e se arrepiou, imaginando que seu próprio bumbum devia estar tão vermelho quanto o de Débora. Mas a Alice também achou uma boa idéia refrescar o bumbum com a água fria do riacho, então ela também tirou a saia e as calcinhas e entrou depois da amiga. As duas conversaram um pouco enquanto a água aliviava a pele ardida de seus bumbuns.
- Sabe, Débora, eu acho que valeu a pena.
- Que isso, Alice! Valeu a pena, como?
- Agora, sabemos que podemos confiar nos nossos noivos, sabemos que essa Bruxa da Montanha é mesmo poderosa e sabemos como conseguir os serviços dela.
- Não me diga que você está disposta a deixá-la surrar seu bumbum de novo!
- Se for para alguma coisa importante, será que não vale a pena? Nossos bumbuns estarão bem em alguns dias no máximo, mas podemos ter problemas que incomodarão a vida inteira.
- E se ela achar que a gente gostou das palmadas?
- Você gostou?
A Débora parou e a Alice parou junto. A Débora pensou um pouco, suspirou e disse:
- Olha, Alice, eu até gostei um pouquinho... não sei explicar o que eu senti, eu senti muita raiva e muita vergonha, mas também um pouco de excitação, uma grande vontade de abraçar meu noivo e fazer coisas com ele... você sabe, aquelas coisas que uma moça decente só pode fazer com um moço depois de casar com ele... as palmadas me deram uma grande vontade de fazer coisas com meu noivo... mas pelo amor de Deus, Alice, não conte isso para ninguém, senão vão achar que sou alguma depravada.
- Eu também senti isso, Débora, a mesma coisa... as palmada me deram uma grande vontade de casar logo com meu noivo, queria que a lua de mel fosse logo hoje... e sabe qual é o meu medo?
- Qual?
- Eu procurar a Bruxa da Montanha quando tiver que resolver algum problema, ela querer me dar mais palmadas jogar na minha cara que sabe muito bem que gosto das palmadas... eu acho que disso eu teria muita vergonha.
- Eu também, Alice, eu também... Bom, se um dia eu precisar dos serviços da Bruxa, veremos o que vai ser.
É, nesse dia nós veremos. Pra que sofrer por antecipação? Vamos ver quando o dia chegar. Se chegar.

Tuesday, March 19, 2013

Encontro com o vampiro de Curitiba

Conto da Meninha Malcriada


Já fazia um bom tempo que eu tinha prometido á Kate, ir ate Curitiba para vê-la. Éramos grandes amigas, e devido a cursos em diferentes áreas, fomos obrigadas a nos separar. Talvez pudesse ser o trabalho, a faculdade com todas as suas chatices, ou ate mesmo o que costumavam falar sobre a cidade.

- Maldito cabelo - Eu pensava enquanto a atendente, sem muita pressa, pegava a minha passagem.
- Então vai conhecer a misteriosa Curitiba? Ela me perguntou, tirando minha atenção de um folheto sobre financiamento de carros.                             - Indo ver uma amiga, somente. Respondi seca, tomando a paragem das mãos dela com mais força que deveria. Algo me incomodava nessa viajem, era como que se algo muito ruim fosse me acontecer. E infelizmente, eu estava certa. Enquanto isso o avião ganhava os ares, sob um céu quase limpo de são Paulo, e parece que eu ouvia quase que silenciosamente:

- Não desembarque desse avião, volte Ana Carolina, volte.                

Duas longas horas haviam se passado infelizmente, e foi sob um céu chuvoso, com trovões quase que escolhidos para ocasião, que encontrei Kate, com um sorriso leve no rosto, cabelos molhados, e roupas um pouco amassadas.

- Aninha, querida bem vinda a cidade, onde os desejos mais ocultos , se tornam realidade.
- Kate , querida, que saudades. Respondi, abraçando-a com lagrimas quase silenciosas.

Ficamos ali abraçadas no meio da chuva, quando que por uma fração de segundo, um homem tenta tirar a bolsa de Kate, que em resposta, segura o braço do ladrão.

- Kate, Kate, não faça isso, deixe ele ir, Kate! - Eu implorava.
- Solta cretina. O ladrão repetia, com os olhos já meio assustados.   

Kate em menos de segundos o segurou pelo ombro e o bateu contra o pilar de concreto que estava atrás de nos, o ladrão deu um grito abafado, enquanto eu olhava para Kate, chocada e abismada ao mesmo tempo.

- Agradeça àqueles olhos castanhos. Kate disse apontando para mim, soltando o ombro do ladrão.

Eu já não tinha reação, na verdade estava parada encarando os olhos verdes de Kate, sem me desviar para outro lugar.

- Kate... voce... Mal conseguia falar.
- Tudo ao seu tempo, Aninha. Foi somente o que ela me disse, me puxando, ainda nervosa em direção ao carro, enquanto um pouco atrás de nos um homem sorria.

No carro mal nos falamos, Kate ora ou outra expirava o ar com força, e suas mãos apertavam o volante, pois infelizmente eu já tinha percebido que havia algo de muito errado com a minha melhor amiga.

Entramos em seu apartamento, alguns segundos depois, e ela nada disse apenas foi se trocar.

Enquanto eu me sentava no imponente sofá vermelho da sala, algo se mexeu atrás da porta da cozinha.

- Kate, acho que... Kate querida? Eu perguntei olhando fixamente para a porta, e logo senti olhos, em chamas sobre mim.

Me levantando com as pernas tremendo, andei ate a porta da cozinha lentamente, não sei se foi as cortinas brancas ou apenas a meia luz da sala, ou o fato de...

- Aninha. Kate me chamou de perto do sofá, sem que eu tivesse visto ela chegar.
- Kate precisa me contar o que esta acontecendo... Perguntei olhando uma faixa de seda enrolada em seu braço.

Kate sorriu muito vagamente para mim, e andava como se fosse me interrogar, dando voltas na sala quase escura.

- Misteriosa essa cidade não? - Ela perguntou parando de frente, para uma janela, olhando a noite com olhos mais calmos.
- Porque esta me dizendo isso? - Rebati a pergunta olhando para os lados, segura que não estávamos sozinhas ali.
- Cheia de lendas urbanas... - Kate me disse apenas ignorando a minha pergunta.
- O que esta querendo me contar? - Me levantei e comecei a caminhar na direção dela, enquanto sentia mais uma vez, os olhos famintos de alguém sobre mim.
- Por acaso já ouviu falar no vampiro de Curitiba? - Ela me perguntou enquanto as cortinas brancas começavam a balançar ao encontro do seu vestido, e os trovões faziam mais barulho.
- Não acredito em historias assombradas, Kate, já passei dessa fase há algum tempo. - Eu dei um sorrisinho, que passou despercebido pela minha melhor amiga.
- Então você não acredita. - Disse ela, vindo em minha direção, e tirando carinhosamente a faixa do braço, enquanto o espanto e o medo invadiam o meu rosto.
- Oh meu Deus, Kate. - Eu gritei, apavorada, quando olhei para a marca de mordida em seu braço.
- O encontrei, logo que cheguei aqui, Aninha, ele me transformou, mas isso não muda a nossa ami... - Ela tentou falar, mas eu a interrompi.
- Não, você não pode estar falando serio. - Disse pegando a minha mala e minha bolsa, mais que depressa, caminhando sem olhá-la.
- Ele está atrás de você. - Kate disse com uma voz triste quando eu cheguei perto da porta.

Um longo arrepio me percorreu todo o corpo, e de repente, talvez por medo, abri a porta e sai, deixando para trás os olhos tristes e sem vida de Kate, e talvez a nossa amizade, de alguns longos anos.

Enquanto eu andava em direção ao elevador, na sala de Kate, um homem apenas fazia um carinho na cabeça dela, enquanto corria seus dedos gelados, por entre a cicatriz no braço dela, dizia:

- Tudo bem, querida, você foi ótima.

Já dentro do elevador eu me xingava mentalmente, por depois de tanta insistência ter aceitado fazer essa viagem, mas parte de mim não esquecia as palavras de Kate.

“Ele está atrás de você.” As palavras se repetiam em minha mente.

- Térreo, por favor. Quase sussurra um homem muito arrumado que entra elevador adentro.
- O painel é logo ali. Aponto o dedo, mostrando que estou com cara de poucos amigos, e sem jeito me viro de costas para ele.

As luzes se apagam por um momento, e assustada me agarro as paredes do elevador.

- Assustada, menina? Pergunta o estranho, enquanto o elevador chega lentamente ao térreo, e sem olhá-lo saio rapidamente, sentindo um olhar intenso sobre mim.

Nas ruas escuras, a chuva só tornava a minha caminhada mais difícil, e depois de ser informada sobre um hotel ali perto, vou andando com certa dificuldade quando as minhas pernas me traem me levando a uma queda feia.

- Ah, que ótimo, era tudo que eu precisava agora. - Grito e antes que eu pudesse perceber, uma mão havia se estendido para mim, e em segundos, meus olhos se encontraram com os do estranho do elevador.
- Deixe que eu te ajudo, menina.
- Não, não precisa, estou bem. Reagi empurrando a mão dele, me levantando devagar.
- Não seja mal educada, garota. O estranho disse pegando a minha mala do chão.

Tomei a mala dele num puxão,e mais que depressa me afastei, pensando em correr a qualquer momento, se fosse o caso. 

- Estou atrás de você. Ele gritou quando eu tomei certa distancia, dando um leve sorriso.

Assim que as palavras de Kate cruzaram mais una vez, eu deixei minha mala cair no chão lentamente, e percebi que tudo fazia sentido, a força de Kate com o ladrão, a marca de mordidas, os olhos que eu sentia sobre mim.

Era ele o vampiro de Curitiba.

As minhas pernas como se tivessem vida própria, andaram ate ele, enquanto os trovões iluminavam o céu.

- Acho bom acreditar em historias assombradas, Aninha. Está vivendo uma. – disse ele.

Quando olhei para as poucas pessoas que passavam na rua, elas estavam todas paralisadas. De um momento para o outro, ele me imobilizou com seus braços gelados, e depois de um impulso eu gritei a plenos pulmões e cai sem sentido em seus braços.

Algumas horas ficaram perdidas em minha mente, e enxergando com dificuldade eu pedi:

- Água... preciso de água.
- Aqui está, menina levada. - O vampiro disse rindo sentado aos pés da cama.

Assim que coloquei os olhos nele, me encolhi na cama. 

- Onde... Onde estou? - Perguntei assustada olhando para os lados.
- Isso não importa, Aninha, o que realmente importa é que agora voce é minha, me pertence.

Ele disse tirando o blazer e colocando sobre a cama.

Com muita tontura e derrubando algumas coisas, eu disparei em direção a porta, mas estava trancada.

- Não ira sair, menina.
- Socoroooo! Socorooo! - Eu gritava descontrolada e socava a porta.
- Não gosto de gritos, venha, venha aqui. Ele disse se aproximando e me puxando pelo braço
- Sabe Aninha, tenho te observado, já tem um tempo, e não tenho gostado nada, nada do seu comportamento, briga com todo mundo, e se alguma coisa não sai como você quer, apronta um escandalo. - Ele falava e dava voltas ao redor de onde eu estava sentada.
- Me observando? Estava me espionando? - falei com um pouco de medo.
- Sou um vampiro menina, não ha nada que eu não possa fazer.

Bem devagar me aproximei de uma estante que havia no quarto, com vários vasos, e comecei a jogar todos em cima do vampiro, que em resposta , parava os objetos com um movimento das mãos, e os direcionava para a parede.
- Não me provoque menina. - Ele disse com os olhos faiscando para mim.
- Apenas me deixe ir. - Choraminguei encostada na parede.
- Vais ser minha Aninha, mas eu não permitirei que seja tão levada assim.

Ele repuxou um sorriso, e de repente, como num passo de mágica, dos meus desejos e segredos mais ocultos ele ficou sabendo. O vampiro sorria, os olhos fechados, saboreando cada pensamento, e cada segredo.

- Então é disso que você tem mais medo? - Ele sorriu satisfeito.
- O que esta fazendo comigo? – Gritei, colocando as mãos na cabeça, e me ajoelhando lentamente, enquanto uma forte dor de cabeça me invadia.

Quando ele me liberou do encanto, ele me ajudou a levantar e em meu ouvido sussurrou.

- Comigo, vais ser a minha doce princesinha, porque se assim não for, eu te esquentarei o bumbum com umas boas palmadas, todos os dias, agora venha aqui, menina.

Eu ouvi ele me chamar, mais a menina levada dentro de mim, decidiu me dar esse ultimo golpe.

- Não, eu não vou. - Eu disse, me afastando mais um pouco.
- Se eu tiver que ir ate ai te buscar... - As palavras dele ecoavam em minha mente mais uma vez, e quando abri os olhos, ele já estava bem perto de mim sorrindo.

- Sei de sua mente, Aninha, e como você tem sido malcriada. Eu vou ter o prazer de te ensinar a se comportar.

- Mais eu não queeeerooo. - Fiz um beicinho e o vampiro balançou a cabeça, e logo seu rosto já ficava com uma expressão seria, e ali de pé mesmo, desceu a mão em meu bumbum.

Plaft Plaft Plaft

- Aiiii que is..aiiii aiii

Plaft Plaft Plaft

- Venha Aninha, venha aqui.

Plaft Plaft Plaft

Eu pulava a cada palmada, mas foi assim que ele me levou ate a cama, onde se sentou e me jogou de bruços em seu colo.

Plaft Plaft Plaft Plaft

- O que eu te disse? - O vampiro irritado me perguntou.

Plaft Plaft Plaft Plaft

- Aiihe par... aiii paraaa aiii. Eu sentia meu bumbum esquentar a cada palmada.

Plaft Plaft Plaft Plaft

- O que eu te disse Anínha? Ele me perguntou mais uma vez.

Plaft Plaft Plaft Plaft

- Aiaaiii que era aiii pra mim aiii ir ate aiiii vocêee... - Eu gritava e esperneava em seu colo.

Plaft Plaft Plaft Plaft

- E o que voce fez?
- Aiiih droga ...aiihi ta doendo aiiii eu desobeci aiiii

Sentia cada palmada estalando forte no meu bumbum, enquanto o vampiro, com muita facilidade, abaixou as minhas calças, e lentamente abaixou a minha calcinha, olhando meu bumbum já bem rosado.

Plaft Plaft Plaft Plaft Plaft Plaft Plaft Plaft

- Isso é para voce aprender, menina levada.

Plaft  Plaft Plaft Plaft  Plaft Plaft Plaft Plaft

- Aiaiii meu bumbum aiaiiih aiiii paraaa aiiii. Eu gritava esperneando o mais que podia, mas o vampiro me segurava bem firme, observando meu bumbum se colorir de vermelho.

Plaff Plaft Plaft Plaft

- Não vai mais responder.

Plaft Plaft Plaft Plaft

- Não vai mais ser mimada.
- Aiii snif aieh snif snif snif snif eu prometoooo. - Eu apenas assentia enquanto as mãos dele tratavam do meu bumbum .

Plaft Plaft Plaft Plaft Plafl Plaft Plaft Plaft 

- Vamos querida fale o que você esta pensando agora. - O vampiro me pediu muito calmamente.

Plaft Plaft Plaft Plaft Plaft Plaft Plaft

- Eu aiii snif eu acredito no snif snif no vampiro snif snif de Curitiba. - Eu disse entre choro e soluços.

Ele então parou e com um leve sorriso no rosto, me levantou do colo. Eu apenas esfregava meu bumbum, com as duas mãos.

- Quero esse narizinho encostado aqui na parede, está de castigo, meia hora com esse bumbum a mostra.

Caminhei ate a parede lentamente ate a parede e me virei, sabendo perfeitamente que o vampiro estava me vigiando.

Quando enfim pude sair do castigo, ele sentado novamente na cama me disse:

- Aninha, não se trata de vida ou morte, mas de respeito ou bondade, a minha vida foi tirada de mim por crueldade, mas quanto a sua...

O olhei com desespero enquanto ele se aproximava de mim, já abrindo a sua boca, em direção ao meu pescoço...

Molhada e com muito frio acordei em uma das ruas de Curitiba, com um bilhete nas mãos.

No outro dia enquanto o avião do aeroporto de Curitiba ganhava movimento, eu me ajeitava lentamente em cima de uma almofadinha em forma de coração, e relia o bilhete escrito em vermelho, me dizendo que aquilo não era um sonho.

"Ainda serás minha, Aninha."

Sim. Isso era uma promessa!

(conto dedicado ao meu amigo João)